sexta-feira, 23 de abril de 2010

Plug-in City


Desenho de Peter Cook. Ilustração original. - Foto cedida http://www.paklinks.com/gs/showthread.php?t=97053&page=3
Plug-in City ou Cidade Interconexa (1964), projeto de Peter Cook, apresentava a proposta de uma cidade tentacular que seria construída a partir de uma mega-estrutura em forma de rede (net-work), erguida com produtos pré-fabricados, com vias de comunicação e de acesso interligando cada ponto do terreno. As múltiplas partes dessa mega-estrutura se comunicavam entre si através de um sistema de conexões físicas e de uma malha de circuitos comunicacionais e informacionais, materializados por amplas tubulações e articulações metálicas que serpenteavam como passarelas por todos os setores. Um espaço urbano planejado como um só edifício, constituído por elementos arquitetônicos móveis e inter-cambiáveis que se conectavam em elementos estruturais fixos do tipo espacial.
A Plug-in-City foi criada como suporte de todo um sistema sofisticado de serviços. Além das residências básicas, em alguns nós dessa cidade-rede eram posicionadas unidades arquitetônicas “inteligentes” voltadas para todo tipo de serviços, com o objetivo de suprir todas as necessidades dos moradores. Nela podia se encontrar hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias, etc. No interior desses espaços encontrava-se todo tipo de instalações, equipadas com aparelhos eletrônicos de última geração, que tinham a função de apoiar as operações domésticas corriqueiras com um simples apertar de botão.
Os edifícios residenciais da Plug-in City eram torres constituídas não pelos tradicionais apartamentos modernos feitos de concreto armado, mas por cápsulas unitárias conectáveis construídas com materiais pré-fabricados de extrema leveza, como o plástico reforçado e as lâminas de aço. A moradia ou o espaço de morar era visto como um dispositivo para ser levado pelo seu proprietário para onde quer que ele fosse e as cidades eram vistas como maquinarias onde o viajante poderia plugar ou inserir a sua unidade habitacional. Por serem de fácil conexão e desconexão as cápsulas poderiam ser substituídas por novas versões melhoradas e mais eficientes à medida que fossem sendo criadas, num processo contínuo de desenvolvimento tecnológico a serviço do bem estar do homem.

Peter Cook

Peter Cook nasceu em 1936, na cidade costeira de Southend-on-Sea, Inglaterra. Estudou no Bournemouth College of Art de 1953 até 1958 e concluiu o curso na Architectural Association de Londres, em 1960.
Um dos membros fundadores do Archigram, Peter Cook foi essencial para com a promoção da contracultura britânica na década de 1960. Ele promoveu a idéia de que a arquitetura modernista do período anterior funcionalista estava desgastada.
Assim, propôs como solução, o Plug-in City, um mega visionário urbano incorporando residências, vias de acesso, e serviços essenciais para os seus habitantes. Destinado a acolher e incentivar mudanças impostas pela obsolescência, os nós de construção (casas, escritórios, supermercados, universidades), cada um com uma duração diferente, se conectariam em uma craneway principal ", concebido para durar apenas quarenta anos. Projeto este, considerado como uma forma global flexível e impermanente afim de refletir as necessidades e vontade coletiva dos moradores.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Computer City - Dennis Crompton

1. Dennis Crompton. Computer City, 1964.

Computer City, trata-se de uma cidade servida por um sistema de infra-estrutura computadorizado, na pré-história de nossa atual era digital. Então, interpretada como uma alma invisível pois não implicava a definição formal de componentes arquitetônicos, nem a articulação entre estes e os espaços urbanos. Considerado como o projeto mais dirigido a um deslocamento conceitual do interesse na noção de arquitetura como artefato material para o interesse em processos e estratégias relacionados aos impactos das tecnologias da automoção e da comunicação sobre o ambiente.
O Plugging-in define um modo de pensar que demonstra um deslocamento do edifício para dispositivo. Um deslocamento da estética à maneira pela qual o hardware portátil reestrutura o nosso comportamento.
A imagem da cidade é comparada a uma gigantesca tomada de força - "a giant socketry".
"Plug-in City necessitava a Computer City como sua sombra, de outra maneira não poderia funcionar"_afirmava Cook.
Computer City especulava com uma noção infra-estrutural. Aqui o que era desenhado era a representação de um sistema tecnológico altamente sofisticado, que permitiria nutrir e equilibrar uma metrópole moderna, em permanente atividade e contínua transformação.
A justificativa para o projeto colocava em evidência a relação entre cidade e concentração de energias, destacava a idéia da metrópole como uma estrutura de relações comparável a um "campo de força" muito complexo, uma cadeia de eventos em equilíbrio dinâmico, em que as zonas de máxima densidade seriam também aquelas de "máxima exposição de energia". Na Computer City, "esta área energizada é sintetizada com uma sensibilidade muito mais afinada, e está programada para responder a mudanças de atividade. Escalas de tempo e câmbio são inseridas no computador de modo que a reação siga a causa natural a uma razão ótima". O que Computer City prometia, era oferecer à metrópole a "habilidade eletrônica para transformar-se" - "eletronic changeability" era o desafio - como resume a legenda do projeto, tal qual publicado no magazine Archigram.

Tecnologia - Computer City

Página do Magazine Archigram n. 5 com
Computer City, novembro de 1964.

“Na trajetória de Archigram, por exemplo, a linha é traçada do gigantismo e do heroísmo estático à invisibilidade, ao telefone no tronco da árvore. É um argumento corajoso, que reconhece a verdadeira conseqüência espacial das redes tecnológicas, sua real ageografia, muito mais suscintamente que qualquer recapitulação high Victorian . Mas é também suicida.” Michael Sorkin.
Fonte: Michael Sorkin, Richard Rogers, Lloyd’s and after, emExquisite Corps e: writing on buildings , New York, Verso, 1991, p. 325.

Archigram

Fonte da imagem: http://www.archigram.net/about.html

"O grupo Archigram é formado por Peter Cook, Ron Herron, Warren Chalk, Dennis Crompton, David Greene e Mike Webb. Estes arquitetos ingleses não temiam romper todos os vínculos com a tradição e com os padrões estabelecidos. As suas propostas tinham sempre um caráter inovador e desafiador, elevando a moderna apologia do novo à enésima potência.
O Archigram surgiu a partir de alguns estudantes de arquitetura e urbanismo recém graduados que se reuniram a fim de publicar uma revista ilustrada de caráter contestatório e provocativo, também denominada Archigram. A origem do nome é justificada pela junção das palavras architecture e telegram.
O objetivo do grupo era lançar uma publicação que fosse mais simples e mais ágil que uma revista comum e que tivesse a instantaneidade de um telegrama. Esta publicação mesclava projetos e comentários sobre arquitetura com imagens gráficas, cuja referência vinha do universo pop da TV, do rádio e das histórias em quadrinhos, como os space-comics, por exemplo. A linguagem utilizada na programação visual da revista era a da bricolage, através da justaposição de desenhos técnicos, artísticos, fotografias, fotomontagens e textos. Com esta publicação eles instauraram uma crítica irônica e radical às convenções e aos procedimentos estabilizados. Os questionamentos levantados em seus artigos eram uma reação contra a obviedade e a monotonia no processo de representação e de criação arquitetônica.
As idéias e os projetos arquitetônicos do Archigram repercutiram por todo o mundo, redefinindo a nossa própria maneira de entender e de lidar com a arquitetura. (...) Os seus projetos procuravam antever e moldar o ambiente futuro, com propostas super criativas nas quais o campo da realidade se encontrava com o domínio da ficção, mais especificamente, com o imaginário da ficção científica. Um conjunto de idéias, imagens e objetos inspirados nas múltiplas possibilidades entreabertas pela ciência e pela alta tecnologia da era espacial. Os membros do grupo imaginavam a construção de plataformas orbitais e de cidades intergalácticas. Alguns dos objetos arquitetônicos experimentais criados por eles voavam como foguetes lunares, ou então, afundavam e emergiam da água como glóbulos. Outros, eram planejados para desdobrarem-se em vários módulos, reduzindo e crescendo no espaço como um robot de desenho animado."_Marcos Solon Kretli da Silva_Portal Vitruvius - Arquitextos 048 - maio de 2004 -http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp231.asp

sábado, 3 de abril de 2010

La Ciberciudad



Conjunto de imagens, do arquivo pessoal
de Josilara, manipulado no photoshop.


Imagem que ilustra o texto Ciudad hojaldre - Visiones urbanas del siglo XXI, do autor Carlos García Vázquez.
Descreve-se a cidade analizada pela reação da cultura urbana diante do novo século, no período do surgimento da evolução do capitalismo tardio. As visões tecnológicas nos remetem a maneira de ver à cidade, suas características, como filtramos isso, e como isso reflete em nossos projetos. Assim, a interseção destas visões tecnológicas com a arquitetura e urbanismo, gera então, o impacto das múltiplas realidades contemporâneas (cultura, política, economia, sociedade, ciência, etc) implementadas no espaço urbano.